Em comunicado, NFL exclui nome de Beyoncé da lista de apresentações do Super Bowl [atualizado]

Em um comunicado à imprensa no último domingo, 13, a NFL (Liga Nacional de Futebol americano) não mencionou o nome de Beyoncé entre os artistas que já se apresentaram no intervalo do Super Bowl.

A carta, que anunciava a banda Maroon 5 e os cantores Big Boi e Travis Scott como os artistas que se apresentarão na edição deste ano, traz um parágrafo dedicado aos principais cantores, cantoras e bandas que performaram na última década.

Beyoncé, que já se apresentou duas vezes, a primeira em 2013 (solo) e a segunda em 2016 (com Bruno Mars e Coldplay), não teve seu nome citado.

Abaixo vamos relembrar os momentos que podem ter levado a esse boicote ridículo. Provando que se esses foram os motivos, o problema está na NFL e não nos atos de Beyoncé.

A NFL ainda não se pronunciou oficialmente sobre o assunto.

Apresentação polêmica

Em 2016, quando Beyoncé apresentou o single "Formation" no Levi's Stadium, a cantora foi acusada de fazer do espetáculo um palco de manifestação política. Na ocasião, Beyoncé tinha lançado no dia anterior o clipe da canção com forte mensagem sobre a comunidade afro-americana e a violência policial contra os negros no país.

Além disso, Beyoncé e suas dançarinas trajavam figurinos com alusão ao Partido dos Panteras Negras, uma organização revolucionária da década de 60 que desafiava a brutalidade policial.

Algumas pessoas não gostaram, tentaram organizar protestos mas nada foi adiante. Os rumores foram de que a Liga não tinha recebido bem o protesto da cantora.

Protesto de jogador

Ainda no mesmo ano, durante a execução do hino nacional norte-americano antes dos jogos, o atleta Colin Kaepernick ajoelhou-se como forma de protesto contra a brutalidade da polícia e desigualdade racial, ganhando apoio de alguns e críticas de outros, inclusive do presidente Donald Trump, que encarou o ato como desrespeito à bandeira americana e aos militares.

Kaepernick deixou o time do qual fazia parte no final da temporada. Meses depois, em outubro, ele abriu uma queixa contra a NFL alegando que está sendo boicotado da liga e não consegue outro contrato como forma de punição por seus protestos.

Apoio de Beyoncé

Em dezembro de 2017, Kaepernick foi homeageado com o prêmio Muhammad Ali Legacy Award em cerimônia organizada pela revista Sports Illustrated. De surpresa, Beyoncé subiu ao palco para entregar o prêmio ao atleta.

"É tão bom estar aqui em uma noite tão especial de reconhecimento. Obrigada, Colin Kaepernick. Obrigada por seu coração generoso e sua convicção. Obrigada pelo seu sacrifício pessoal", agradeceu Beyoncé.

"Colin tomou medidas sem medo de consequência ou repercussão, apenas esperando mudar o mundo para melhor. Para mudar a percepção, mudar a maneira como nos tratamos, especialmente as pessoas de cor", completou a cantora.

"Ainda estamos esperando o mundo entender. Dizem que o racismo está tão enraizado na cultura americana, que, quando protestamos contra ele, algumas pessoas supõem que estamos protestando contra o país", disse Beyoncé.

"Vamos deixar bem claro: Colin sempre foi muito respeitoso com os indivíduos que servem e protegem o nosso país, as nossas comunidades e as nossas famílias. Sua mensagem é centrada exclusivamente na injustiça social para pessoas historicamente desprovidas de liberdade. Não nos equivoquemos."

Apoio de Jay-Z

A mídia noticiou que Jay-Z foi sondado pela NFL para se apresentar ao lado de Justin Timberlake no Super Bowl de 2018.  O rapper, em apoio a Colin Kaepernick teria recusado o convite.

Em um dos versos da música "Apeshit", lançada no ano passado enquanto o casal Carter estava em turnê com a "OTR II", Jay-Z comenta o episódio: "Eu disse não ao Super Bowl, vocês precisam de mim, eu não preciso de vocês. [...] Digam para a NFL que estamos em estádios também".

Atualizado em 15/01/2019 às 17h50

Na manhã desta terça-feira, 15, o site da NFL com o comunicado do Super Bowl 2019 foi atualizado para incluir o nome de Beyoncé na lista de artistas que já fizeram parte do evento. A empresa não se pronunciou sobre o assunto.