Billboard analisa lucros de 'Homecoming' além do cachê de Beyoncé de até US$ 12 milhões no Coachella
A Billboard consultou uma fonte com conhecimento na produção de filmes para entender como são divididos os lucros em casos como o "Homecoming", que possui imagens gravadas em um festival que posteriormente foram vendidas por Beyoncé para a Netflix.
A publicação lembra que a Goldenvoice, subsidiária da gigante do entretenimento AEG, é a dona e produtora do Coachella, um evento que reúne cerca de 125 mil pessoas anualmente.
As imagens dos shows da Beyoncé foram capturadas pela própria equipe da AEG sob a direção de Mark Ritchie, que também dirigiu a turnê da cantora com Jay-Z ("OTR II").
Depois do festival, uma equipe de 11 pessoas trabalharam na pós-produção comandada pela Parkwood Entertainment, empresa da Beyoncé. Foi um trabalho de um ano de edições e mixagens do filme antes de oferecê-lo à Netflix.
Sendo assim, eles analisam que todos os envolvidos devem receber algum dinheiro com o sucesso do filme. Segundo a fonte, tanto a AEG quanto a Beyoncé possuem um contrato que permite ambos lucrarem com o projeto.
Geralmente, os artistas usam sua própria equipe para filmar os shows e a maioria dos locais abrem mão do aluguel do espaço se o nome do local for mencionado no título do lançamento. Mas como a Goldenvoice grava, edita e arquiva todas as apresentações no Coachella, o promoter também é dono das filmagens junto com os artistas, incluindo Beyoncé.
Para criar o "Homecoming", Beyoncé precisou licenciar a filmagem de propriedade da AEG em um acordo separado, permitindo a Parkwood produzir e vender o filme.
A equipe de Beyoncé não fechou contrato com a Netflix antes dos shows, mas "eles tinham uma ideia de que usariam as imagens para alguma coisa e tiveram muito cuidado com a filmagem", disse a fonte, contando que a Parkwood "dirigiu toda a exibição do show. Diferente de outros artistas, [a equipe da Beyoncé] foram nos mínimos detalhes com as filmagens do Coachella".
O site diz que é incerto saber quanto a Netflix pagou à Parkwood pelo especial, e já que a Netflix também não divulga dados da audiência, não temos como saber quantas pessoas assistiram a estreia.
A Billboard conta ainda que qualquer dinheiro que o filme tenha recebido será uma adição ao cachê de 8 a 12 milhões de dólares (cerca de 30 a 45 milhões de reais) que Beyoncé recebeu para comandar o festival, que arrecadou US$ 117 milhões em 2017 (números de 2018 não foram divulgados).
O promoter também fatura com a venda de comidas e bebidas, acampamentos, hospedagem, patrocínio, licenciamentos e publicidade na transmissão ao vivo do primeiro fim de semana na Internet, somando centenas de milhões de dólares.
Embora os detalhes dos acordos financeiros entre a AEG e a Beyoncé não tenham sido divulgados, a fonte disse à Billboard que "todos os lados estão satisfeitos com o resultado".